28/02/2011
Os meses que antecederam o racha no futebol brasileiro foram marcados por reuniões secretas, suspeitas de que havia telefones grampeados, mudanças de cardápio e ameaças veladas.
O diretor-executivo do Clube dos 13, Ataíde Gil Guerreiro, trocou de telefone celular. Estava convencido de que sua linha estava grampeada.
Interlocutores do presidente do Corinthians, Andres Sanchez, disseram à Folha que o cartola usou outro número, que não o habitual, para tratar de certos temas.
Os dois lados se acusam. Andres e os dirigentes de clubes cariocas, claramente alinhados à Globo, reclamam de favorecimento à Record durante as negociações.
"Tudo o que a gente conversava num dia, no outro o pessoal do São Paulo e da Record sabia", declarou o presidente do Corinthians.
O alvo da reclamação é o vice de comunicação e marketing do São Paulo, Julio Casares, que também é diretor de projetos especiais da Record. Gil Guerreiro é conselheiro do São Paulo.
"De um lado, eu não vendo direitos de transmissão. E, de outro, eu não compro", defendeu-se Casares.
Assuntos que eram resolvidos por telefone passaram a ser tratados apenas em encontros pessoais.
Até os almoços e jantares entre executivos de emissoras e cartolas mudaram seus endereços em São Paulo.
Uma tradicional churrascaria da zona oeste foi abandonada por ser considerada território da Record, assim como restaurantes na região da avenida Paulista foram deixados de lado por serem mando de campo da Globo.
Dirigentes também relatam terem ouvido ameaças veladas de uso do jornalismo por parte das emissoras.
Em 2001, foi ao ar um "Globo Repórter" com várias denúncias contra Ricardo Teixeira, à época investigado por duas CPIs. Como retaliação, a CBF marcou um jogo contra a Argentina para às 20h, horário que atrapalhou a grade da Globo.
No sábado passado, a Record exibiu reportagem com diversas acusações contra Andres Sanchez. Houve insinuações de que mais matérias desse tipo seriam realizadas. As emissoras negam ter havido qualquer ameaça.
Nesta semana, em que o Clube dos 13 lançou o edital que norteia a próxima negociação pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, o Corinthians pediu desfiliação da entidade.
Os quatro grandes clubes cariocas querem negociar com as TVs separadamente, sem a tutela do C13. Há ainda um grupo de indecisos e outros times que lideram a "resistência", como São Paulo, Atlético-MG e Internacional.
Na segunda-feira, mais clubes vão se posicionar sobre o tema.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, acusa o mandatário da CBF, Ricardo Teixeira, e o chefe da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, de estarem por trás do levante. Segundo Koff, Globo e CBF não querem uma concorrência transparente.
Os acusados afirmaram que vão responder na Justiça às acusações de Koff
Os meses que antecederam o racha no futebol brasileiro foram marcados por reuniões secretas, suspeitas de que havia telefones grampeados, mudanças de cardápio e ameaças veladas.
O diretor-executivo do Clube dos 13, Ataíde Gil Guerreiro, trocou de telefone celular. Estava convencido de que sua linha estava grampeada.
Interlocutores do presidente do Corinthians, Andres Sanchez, disseram à Folha que o cartola usou outro número, que não o habitual, para tratar de certos temas.
Os dois lados se acusam. Andres e os dirigentes de clubes cariocas, claramente alinhados à Globo, reclamam de favorecimento à Record durante as negociações.
"Tudo o que a gente conversava num dia, no outro o pessoal do São Paulo e da Record sabia", declarou o presidente do Corinthians.
O alvo da reclamação é o vice de comunicação e marketing do São Paulo, Julio Casares, que também é diretor de projetos especiais da Record. Gil Guerreiro é conselheiro do São Paulo.
"De um lado, eu não vendo direitos de transmissão. E, de outro, eu não compro", defendeu-se Casares.
Assuntos que eram resolvidos por telefone passaram a ser tratados apenas em encontros pessoais.
Até os almoços e jantares entre executivos de emissoras e cartolas mudaram seus endereços em São Paulo.
Uma tradicional churrascaria da zona oeste foi abandonada por ser considerada território da Record, assim como restaurantes na região da avenida Paulista foram deixados de lado por serem mando de campo da Globo.
Dirigentes também relatam terem ouvido ameaças veladas de uso do jornalismo por parte das emissoras.
Em 2001, foi ao ar um "Globo Repórter" com várias denúncias contra Ricardo Teixeira, à época investigado por duas CPIs. Como retaliação, a CBF marcou um jogo contra a Argentina para às 20h, horário que atrapalhou a grade da Globo.
No sábado passado, a Record exibiu reportagem com diversas acusações contra Andres Sanchez. Houve insinuações de que mais matérias desse tipo seriam realizadas. As emissoras negam ter havido qualquer ameaça.
Nesta semana, em que o Clube dos 13 lançou o edital que norteia a próxima negociação pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, o Corinthians pediu desfiliação da entidade.
Os quatro grandes clubes cariocas querem negociar com as TVs separadamente, sem a tutela do C13. Há ainda um grupo de indecisos e outros times que lideram a "resistência", como São Paulo, Atlético-MG e Internacional.
Na segunda-feira, mais clubes vão se posicionar sobre o tema.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, acusa o mandatário da CBF, Ricardo Teixeira, e o chefe da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, de estarem por trás do levante. Segundo Koff, Globo e CBF não querem uma concorrência transparente.
Os acusados afirmaram que vão responder na Justiça às acusações de Koff
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