Enquanto contratada da Record, jornalista usou de seu “poder” para repassar informações para quadrilha

07/01/2011
O site “Gazeta Maringá” publicou nota nesta quinta (6) sobre a participação de Maritânia Forlin, jornalista da Record, em crimes no estado do Paraná. A reportagem, você confere a seguir na ÍNTEGRA.
Gravações mostram jornalista discutindo assassinato com traficante
A polícia Civil de Campo Mourão (na região Centro-Oeste do Paraná) divulgou conversas telefônicas gravadas com a autorização da Justiça e que comprovariam o envolvimento da jornalista Maritânia Forlin, presa nesta quinta-feira (6), com uma quadrilha de traficantes de droga. O conteúdo das conversas foi revelado durante apresentação das 14 pessoas presas durante a Operação Vila Mendes.
Segundo o delegado José Aparecido Jacovós, a repórter – que seria amante de um traficante – é acusada de usar o cargo para colher informações sobre investigações e repassar dados para o criminoso. “Ela participava de operações da polícia, fazia entrevistas e passava essas informações privilegiadas para a quadrilha”, explicou.
Em uma das conversas gravadas, a acusada conversa com Gilmar Cavalcanti, homem apontado como chefe do grupo e que também foi preso na operação. “Eu fui levar o chinês pra gente fazer um “corrinho” hoje lá na Vila Cândida, mas não achamos o cara”, diz Cavalcanti. Maritânia Forlin responde: “E ia apagar o cara? Faz dias que não dá homicídio, a cidade tá muito parada”. Logo após vem a promessa do traficante: “Mas vai ter homicídio já pra vocês. Não vai demorar. Tá próximo”.
De acordo com Jacovós, a quadrilha teria sido responsável por cerca de 90% dos 47 homicídios praticados na cidade no ano passado.
A reportagem do site “Gazeta Maringá” entrou em contato com o advogado de defesa de Maritânia, Anderson Carraro Hernandes. Ele informou que ainda não teve acesso às provas e documentos do inquérito e que, por isso, não iria comentar o caso. Contudo, informou que vai apresentar pedido de revogação da prisão temporária na manhã de sexta-feira (7), alegando que a jornalista não tem passagens pela polícia, além de ter residência fixa e bons antecedentes.
Três meses de investigação
Reprodução RPC TV Maringá / A jornalista foi presa na manhã desta quinta-feira (6). Ela estava em sua residência, em Campo Mourão
A Operação Vila Mendes leva o nome do bairro onde a quadrilha estava concentrada e onde a maior parte dos acusados foram detidos. De acordo com Jacovós, os trabalhos de investigação duraram três meses e já resultaram na prisão de 17 pessoas. Com elas foram encontradas dinheiro, drogas e munição.
O delegado explica que há ainda outros envolvidos que devem ser identificados. Também informou que já foi expedido um mandado de prisão para um advogado. Todos devem responder por tráfico, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio. “Foi uma ação importante e que atende as novas determinações da Secretaria de Segurança”, declarou.
Jornalista havia sido demitida
A jornalista Maritânia Forlin fazia reportagens para a Rede Independência de Comunicação (RIC), afiliada da Rede Record no Paraná. Em nota encaminhada para a imprensa, a empresa informa que a repórter era contratada da produtora AWR Publicidade e Propaganda Ltda, parceira do programa Cidades no Ar, exibido diariamente na RICTV Maringá.
“Ela trabalhou por pouco mais de quatro meses no programa e foi demitida da produtora há aproximadamente 60 dias”, explicou. O diretor de jornalismo da RIC em Maringá, Leonardo Filho, disse que desconhecia a acusação contra ela e que demissão foi um remanejamento de equipe.
Em Tempo:
Nós, assim como boa parte da imprensa LIVRE deste país, aguarda ansiosamente que a Rede Record tenha a mesma posição quando um diretor da RBS, afiliada da Globo no sul do país, teve o nome de seu filho ligado a um caso de estupro. Em ambos os casos, independente de TUDO, dever haver a IMPARCIALIDADE. Então, que JUSTIÇA seja feita, né Record?
Gazeta Maringá
RD1

 

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