‘Foi a chance de fazer algo diferente’, diz Gabriela Duarte sobre sua personagem em Passione


Os tipos certinhos e românticos marcaram a carreira de Gabriela Duarte. Com um sorriso no rosto, a atriz se perde no tempo ao falar sobre a espevitada Jéssica de “Passione”. Também pudera, ela chamou a atenção na pele personagem. E ainda experimentou, pela primeira vez, a comédia em novelas. Talvez por isso, Gabriela resolveu apostar alto na carismática patricinha e se posicionar de maneira diferente com relação ao papel na trama de Silvio de Abreu. “Parti para o tudo ou nada. Vi que dava para me jogar e ser feliz. Me senti como uma criança descendo para o ‘playground’”, conta.
É difícil, inclusive, evitar o paralelo entre a atual personagem de Gabriela com a viúva Porcina, interpretada por Regina Duarte, mãe da atriz, em “Roque Santeiro”, de 1985. Os dois papéis têm temperamento forte, falam alto, fazem birra e têm figurino de cores vivas. “As duas são desinibidas e tem poucos pudores”, analisa. Mas o que mais aproxima as duas, é ambas que foram um marco na carreira das atrizes. A chegada da viúva Porcina no currículo de Regina veio romper com o estigma de personagens boazinhas. Na trajetória de Gabriela, Jéssica também destoa favoravelmente no conjunto de trabalhos interpretados pela atriz de 36 anos. “A comédia tem uma leveza intrínseca, mas para mim foi uma coisa nova. Eu já estava predisposta a me divertir. “Estou descobrindo a comédia dentro de mim”, conta. Mas tanta leveza trouxe também uma certa pressão. Quando leu a sinopse, a atriz chegou a se perguntar se daria conta do recado. “No começo, tive de fazer escolhas de caminhos, porque existem milhões de formas de fazer uma cena. Acho que fui agindo intuitivamente e me divertindo. O público captou isso”, acredita.
A experiência no humor, também serviu para aproximar ainda mais a atriz do público. “Apesar de existir um eletrodoméstico entre nós, que é a TV, existe essa sensibilidade. O público aceita quando você trabalha com paixão, generosidade e entrega. A Jéssica me proporcionou tudo isso”, avalia. Para a atriz, o trabalho em “Passione” abre oportunidades para ser lembrada por outros autores e diversificar em papéis mais ousados na televisão. “Foi a minha chance de fazer algo bem diferente do que eu estava acostumada”, analisa.
Além da novela das oito, Gabriela está no ar mais duas produções –”Chiquinha Gonzaga” e “Por Amor”, exibidas no canal pago Viva. “É a quarta vez que ‘Por Amor’ é reprisada e a audiência é sempre boa. Acho incrível. A Maria Eduarda foi um dos meus personagens mais significativos”, diz. Antes mesmo de terminar “Passione”, a atriz já estava sendo sondada para integrar o elenco da próxima novela das sete, “Morde Assopra”, de Walcyr Carrasco. “Eu faria uma novela dele sem pensar. Mas teria apenas uma semana de férias entre uma e outra. Isso justifica por si só. ‘Passione’ foi incrível, mas exigiu muito de mim”, explica.
É bem verdade que Gabriela não costuma emendar novelas e estar constantemente no ar. Antes de interpretar a Jéssica, a atriz estava há três anos sem participar de um folhetim. Durante esse período, participou de dois episódios da série “Casos & Acasos”, além de atuar em “Dicas de Um Sedutor” e “Acampamento de Férias”. O motivo de procurar dar um tempo entre novelas é evitar uma superexposição e se reciclar profissionalmente. “Novela é um trabalho cansativo de um ano. É impossível você ser um ator tão fabuloso que consiga renovar o estoque de gracinhas e inspirações emendando uma coisa na outra”, afirma. O fato de morar em São Paulo e trabalhar no Rio de Janeiro também contribui para reduzir a permanência de Gabriela na TV. “Fazer novela é um exercício fantástico para o ator, mas ela limita. Coloca em uma posição de que só dá para fazer isso. Tenho uma necessidade de viver a vida depois de uma novela”, conta a atriz, que pretende viajar para o exterior e fazer cursos depois que se despedir de Jéssica.

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